quarta-feira, 21 de julho de 2010

A rua que não é minha


Quando você não está

cresce um vazio que já existia e eu não sabia que era teu

"Meu eu" ( urgh!!!) melodramático e cafona ajeita de cada lado a ponta fina dos bigodes pretos

em mim o canastrão respira fundo e diz um "ai!"


Quando você não vem

Eu te espero como se isso fosse algo da minha competência

visto as minhas chinelas de velha mãe

batendo o pé a meia noite em frente ao relógio


E se não aparece

Chego a fingir que algo escurece

as minhas tintas borram de cinza todo o cenário que colori te esperando

Arrumo um circo, nariz vemelho no dia em branco, assim sem graça


E se contudo ainda não chegas

Me resta agora, seguir afora, naquela rua que não é minha

Mas que eu ladrilhava com pedrinhas coloridas

só para ver você passar...



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