quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Amargo



Eu te quis naquele final de tarde



Eu queria brindar a vida que eu tinha ganho



Eu queria ganhar um passado



Tinha cartas de baralho, tinha planos






Tudo era daquela cor, que se apaga quando grita a última luz do dia



Meus dedos dançavam distraidos pelos teus espinhos como se fossem pés



Eu queria voar denovo como naquele sonho



Eu queria ser o rei, já que não sei escrever poesias






E veio aquela noite, ainda esta, cobriu meus olhos neste denso véu



Me disse ela que em mim se instalaria, me recortou os sonhos, me escondeu as pétalas



Minha mãe.Minha filha. Minha irmã. Escura noite me conta onde dormes.



Que este punhal que mora em mim agora, encontre a noite de escuras raizes



Que se espalhou da minha alma a fora, enraizou-se em pétreo coração.