domingo, 30 de janeiro de 2011

Pintura


Estrelas, luzes de inexistência

Crio a noite, conforme me toca o céu brilhante

E as cores correm por minhas veias enquanto sobrevoo as plantações

Distantes dias de sol percorrem pensamentos gastos

Seria o nosso destino ver a luz, para sermos relegados a escuridão?

Do belo e delicado do mundo provamos

Cada nota do perfume das cores do dia...


Talvez não tenhamos tentado dizer nada

Talvez fosse o nada que nos viesse de dentro mesmo

E você quisesse mesmo estar preso na loucura

orelha cortada, flores, sangue

Estrelas cheias de ópio de chamas


Não, é fato

"Esse mundo nunca foi feito para alguém tão bonito como você"


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A menina esperava


Ela era uma menina, esperava por um mundo que não existia, falava com as nuvens, falava com a lua, não, ela era a lua... ela era a lua?

Ela queria, e tanto, que as horas não faziam barulho quando passavam perto dela. Ela chorava sozinha, sorria de si mesma, ela esperava o que nunca lhe haviam prometido. A menina esperava.

Ela sentia medo, ali só, onde estava.

Ela esperava.

Só.


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Um noturno de Chopin


Tua delicadeza a minha revela

Num diálogo sutil dito no silêncio entre uma nota e outra

Como haverão segredos eternos em meus olhos distantes

E serei triste, breve, um lago profundo e escuro

Como meus beijos de fato, nunca te terão realmente beijado

Porque também você está entre névoas


Nem é necessario que em ti eu seja inteira

Talvez nem você suportasse

Como um quase toque

Caminhamos no ultimo cortejo das nossas próprias noites


Encerrados nós, em cubos brancos, longe da violência dos sóbreos

Correriamos talvez por caminhos onde não se ouvissem nossos pés ao solo

Dormiriamos de mãos dadas, sem uma única palavra

Seriamos como um noturno de Chopin

que só é ouvido, quando a música já terminou.