quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Um noturno de Chopin


Tua delicadeza a minha revela

Num diálogo sutil dito no silêncio entre uma nota e outra

Como haverão segredos eternos em meus olhos distantes

E serei triste, breve, um lago profundo e escuro

Como meus beijos de fato, nunca te terão realmente beijado

Porque também você está entre névoas


Nem é necessario que em ti eu seja inteira

Talvez nem você suportasse

Como um quase toque

Caminhamos no ultimo cortejo das nossas próprias noites


Encerrados nós, em cubos brancos, longe da violência dos sóbreos

Correriamos talvez por caminhos onde não se ouvissem nossos pés ao solo

Dormiriamos de mãos dadas, sem uma única palavra

Seriamos como um noturno de Chopin

que só é ouvido, quando a música já terminou.

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