sexta-feira, 13 de maio de 2011

No limiar





Bastou.





Para bagunçar o que estava errado, mas arrumado, parecia certo





Bastou, na fogueira da face da lua, um pouco de olhos-bem-querer-de-mentira





Inconfundível, em minha homenagem, desenha seu nome, seu riso, seu cinza.





Desenha em mim





Rabisca em meu avesso sua delícia de ver mundos com olhos escondidos





Descobre espaços ocos antigamente habitados





Vivi nesta casa vazia





Viajei pela casa que não é mais casa, milenios feitos de um pequeno agora





Bastou, encontrar aquela flor em ti escondida, e minha





Minha, por que assim eu a quero.Mesmo que nunca.







Para meus pensamentos assim se esvaíssem logo te seguindo





Como fotografando cada fragmento incompreensível de mim misturados aos seus cacos





Me importa te proteger aqui, bordado na minha memória sagrada





De poeta, de louco, de solo árido






Que vê a sua passagem trazendo de novo vida em minha secreta paisagem




E te deixa ir embora


Sou apenas uma operária, neste séquito de estrelas rainhas.