
Quando o discípulo está pronto, ele agradeçe por cada vez que esteve no chão
Alegra-se por ter começado a batalha como o mais fraco
Ele agradece por cada erro que fez com que ele se tornasse quem é
Ele sabe calar...
Ele entende que cada noite que passou só, na escuridão, foi necessária
Entende que se o humilharam foi para que entendesse a importância da sua dignidade
E se o testaram, provaram que seus valores eram verdadeiros
Quando o discípulo está pronto, ele abençoa seus inimigos sem hipocrisia
Quando o discípulo está pronto ele tem inimigos?
Ele sente o cansaço quase o levando por terra
Ele entende que depende de todos, que todos dependem dele...
Descobre que ninguém precisa dele, e que ele não precisa de ninguém
Ele está só, e desfruta em paz da sua própria solidão
Quando o discípulo está pronto, ele já sabe o gosto do seu próprio sangue e de outros
já sabe a força mortal da sua espada, mas não a usa
já conhece a cor da sua própria morte, e isso não o assusta...
Quando o discípulo está pronto, ele ama, mas não possui
já é imune a seu próprio veneno
já suporta a mais cruél das provas: a não-ação
Ele já sabe esperar, e já sabe dizer não
Quando o discípulo está pronto, ele silencia seu próprio inferno
Estanca sua própria dor
cura sua própria ferida
ri, da sua própria loucura
Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece...