Ainda a mesma alma
Habita agora esse corpo, não sei totalmente por que
Isenta, na verdade. Antiga, por demais adulta
Quem sou eu depois de despir toda a carne da emoção inútil?
Quem sou eu, além do ruido em que tenho me escondido?
Quem sou eu depois de limpar todo o traço em falso?
Toda a poeira do tempo lavada, toda a dívida paga e perdoada
Sem odor
Sem sabores
Sem desculpas
Sem mentiras
Mergulhada na impermantentibilidade
E agora?
Agora é sério.
Quem está pronto para se lembrar de tudo e assim esquecer?
Quem está pronto para ver além do que está diante dos olhos?
Quem está pronto para ver e sentir com todos os sentidos simultaneamente?
Como seria essa imagem?
Quem tem o controle absoluto para passar por aquela barreira de gritos invisíveis sem sentir medo?
Eu não.
Estou diante da porta
Só existimos agora, eu, toda essa imensidão branca e limpa e essa porta
Estou aqui em silêncio
Só eu posso abrir a porta
Só eu posso atravessá-la
Só eu verei o que vai além dela
E depois disso, tudo muda
Eu tenho medo. O tempo passa.
Este seu poema me fez lembrar um antigo escrito de Hermes Trismegisto,"o três vezes grande" que diz:
ResponderExcluirConvence-te em primeiro lugar de que a morte física não é nada além do abandono do corpo físico pela alma. E reflete, em seguida, sobre o fato de que um homem sábio e prudente em seu próprio país permanece sábio e prudente em outros países. Ele jamais perderá sua sabedoria, seja qual for o país que percorrer.