segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Mar


Me leve para longe o mar

já que me trancou eterna em silêncios

Eu nunca vou chegar


Me leve para longe o mar

O farol solitário é distante demais

O pulsar das estrelas fecha meus olhos

O brilho e o gosto do sal entorpecem


Me leve para longe o mar

Grãos de areia entre os meus dedos que fogem...

A areia fica, sou eu que me desfaço na tempestade


Estou acordado ou estou sonhando?

Para onde quer que eu fuja, estará lá aquilo de que fujo

De onde quer que eu venha, a busca é sempre a mesma

Onde quer que eu esteja, estou a deriva



Me leve para longe o mar

mesmo que me perca em vários labirintos em simultaneidade

Não ouça o meu estribilho sufocado, no oco desse espaço cheio e vazio

Me leve para onde inexista o nome de todas as coisas



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