Me leve para longe o mar
já que me trancou eterna em silêncios
Eu nunca vou chegar
Me leve para longe o mar
O farol solitário é distante demais
O pulsar das estrelas fecha meus olhos
O brilho e o gosto do sal entorpecem
Me leve para longe o mar
Grãos de areia entre os meus dedos que fogem...
A areia fica, sou eu que me desfaço na tempestade
Estou acordado ou estou sonhando?
Para onde quer que eu fuja, estará lá aquilo de que fujo
De onde quer que eu venha, a busca é sempre a mesma
Onde quer que eu esteja, estou a deriva
Me leve para longe o mar
mesmo que me perca em vários labirintos em simultaneidade
Não ouça o meu estribilho sufocado, no oco desse espaço cheio e vazio
Me leve para onde inexista o nome de todas as coisas
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