sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Preces


Existem mãos silenciosas que se juntam no escuro

canções de exílio de pátrias desconhecidas

Caminhos interrompidos, exitante alguém diante do próximo passo

Eu vejo os olhos que choram pelos cavalos descontrolados


As rédeas perdidas, de corações que deliram por caminhos irracíveis

As preces mais belas são as mais doentias

E ainda há mãos que não oferecem ajuda, por que estão contando as próprias feridas

Eu choro pela minha prece, contemplo fora do espelho a minha imagem desfeita


Subindo a escada ao contrário, vejo mil escadas que não levam a qualquer lugar

Arlequins transfigurados me fazendo mil perguntas sobre livros que nunca li

Meu teatro de ilusões e sombras não me deixa ver o que é real

Minha prece já foi ouvida? não sei...


Caminho no inferno de Dante e lamento agora não te-lo lido

Não existe fogo que arde e sim gelo e distância

Logo alí vejo Eurídice, e a invejo pelo seu Orfeu, mais um gole de veneno...

Espero pelo meu resgate, que seja ouvida a minha prece
que eu seja salva antes da tempestade.



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