domingo, 22 de abril de 2012

Nascimento

Me encanta essa neblina
que chega a noite e tinge tudo de luzes distantes
que outrora eram sonhos de infância

Esta sou eu, ainda um ponto, entre aquelas pulsantes imagens
Brilham como estrelas, mas são só distância
De perto, são como potes de ouro no fim do arco-iris

Eu me vi nascer como uma leoa
Foi tão breve, como os ipês brancos que ja se esfacelaram em troncos cinzentos e secos
Eu vi nascer a mãe
E descobri que ela já vivia em mim

Chama-se amor o laço do visível ao invisível?
Entre medos e angústias, de me ver nascer assim
Fera desajeitada, tão forte, um esboço tão claro
Ser uma fragilidade que aninha e protege os seus. Que os possui.

Que venha a vida e corra por minhas veias
Em preces de  um futuro inesperado
Lugares desconhecidos, completudes, oceanos
corram por mim
Não tenho mais medo...





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