
Destino naufrago, perto e longe sem escadas
Sem lembranças, embreaguez ou sonhos coloridos, luzes, breves
Sem lembranças, embreaguez ou sonhos coloridos, luzes, breves
Eu rezava para que não me levassem
Eu rezava para que não me doesse
Tinha o vazio, que do peito em diante crescia, gritava, doia
Ela, do meu lado, silenciosa, me corroendo: a loucura
Sem esconderijo, fruto do cansaço homérico
Disse-me: Odisseu, pulsa, irradia a minha mensagem
E o pulsar das estrelas distantes respondem: solidão
Recolho-me, sou meu próprio afago, nau
Sou um poço de mim mesma, sou agora.
Entendi que Deus ou meu Dragão não me queriam desfeita
Desperdiçei palavras sagradas, chorei, criei meu mar
Depois disso, me casei, rabisquei livros, me apaixonei
Envelheci, cortei os cabelos, tentei fumar, costurei os pulsos...
Nada adiantou.
Então desisti.
Estou aprendendo a nadar.
Estou aprendendo a nadar.
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