quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A SEU TEMPO...






Destino naufrago, perto e longe sem escadas
Sem lembranças, embreaguez ou sonhos coloridos, luzes, breves

Eu rezava para que não me levassem

Eu rezava para que não me doesse

Tinha o vazio, que do peito em diante crescia, gritava, doia

Ela, do meu lado, silenciosa, me corroendo: a loucura

Sem esconderijo, fruto do cansaço homérico

Disse-me: Odisseu, pulsa, irradia a minha mensagem

E o pulsar das estrelas distantes respondem: solidão

Recolho-me, sou meu próprio afago, nau

Sou um poço de mim mesma, sou agora.

Entendi que Deus ou meu Dragão não me queriam desfeita

Desperdiçei palavras sagradas, chorei, criei meu mar

Depois disso, me casei, rabisquei livros, me apaixonei

Envelheci, cortei os cabelos, tentei fumar, costurei os pulsos...

Nada adiantou.

Então desisti.
Estou aprendendo a nadar.





































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